sábado, 28 de novembro de 2009

Felicidade relativa

Perdi meu quê,
o que eu tinha de bom.
Mas, agora vou devagar,
colhendo grão por grão,
de flor em flor,
montando o que fui
e o que agora sou,
fazendo de mim nova,
desenhando meu novo eu.

Não sou completa,
mas cheguei a uma conclusão:
ser completa é relativo !
Eu posso só sentir metade,
mas, por quê gritar ?
Eu posso sentir !

Mas aí, quando a porta bater
e a felicidade se for,
estranhamente sentirei o nada,
que, como um amante traído,
volta enfurecido
e se reflete em mim.

É, ser completa é relativo...
e ser feliz também !

terça-feira, 24 de novembro de 2009

~

Acreditava que lágrimas eram apenas lágrimas,
rios que nasciam nos olhos e corriam nossa pele.
Às vezes desaguavam em bocas e narizes,
por todo o nosso corpo, ou até mesmo em outro.

Mas, não, eu estava enganada.
Lágrimas são lâminas afiadas,
cortam sem nem ao menos percebermos.
Cortam profunda e constantemente.

E estou completamente marcada.



*Precisa-se de um título

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Trem do desamor

Meu amor foi embora.
Pegou o trem e partiu.
Virou as costas,
não olhou pra trás.
Meu amor se foi
sem arrumar as malas,
suas roupas foram queimadas,
deixando em cinzas nosso amor.
Ele se foi,
sem dizer alguma palavra,
e eu que era toda,
fiquei assim, um nada.
Foi...
outro amor agora o espera
n'outra estação.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O desejo

Eu quero toda dor,
eu quero de volta.
Eu não falo pra ninguém,
eu não escrevo pra ninguém,
eu só tenho uma amiga: solidão.
Eu posso agora morrer,
ninguém vai perceber.
Em meu túmulo não haverão flores,
apenas ervas-daninhas crescendo em volta.
Meu eu se foi,
restou-me um corpo fraco,
um rosto pálido e um desejo.
Eu tenho andado por aí,
de mãos dadas com o escuro
e tenho um desejo puro:
corte-me, faça-me sangrar.
Deito e levanto,
não passou,
não passa,
não passará.
Finja que lembra de mim,
finja que sabe quem sou,
faça tudo acabar,
talvez assim eu goste de você.