quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O desejo

Eu quero toda dor,
eu quero de volta.
Eu não falo pra ninguém,
eu não escrevo pra ninguém,
eu só tenho uma amiga: solidão.
Eu posso agora morrer,
ninguém vai perceber.
Em meu túmulo não haverão flores,
apenas ervas-daninhas crescendo em volta.
Meu eu se foi,
restou-me um corpo fraco,
um rosto pálido e um desejo.
Eu tenho andado por aí,
de mãos dadas com o escuro
e tenho um desejo puro:
corte-me, faça-me sangrar.
Deito e levanto,
não passou,
não passa,
não passará.
Finja que lembra de mim,
finja que sabe quem sou,
faça tudo acabar,
talvez assim eu goste de você.

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