domingo, 23 de agosto de 2009

Sem título

Sua última lágrima derramada misturava-se às agitadas águas do mar. Sentiu-as a envolvendo em um eterno abraço mortal. Não pensava em agir, na verdade em nada pensava, não havia tempo. O tempo parava e a assombrava em dor, sua única ação era a de não agir. Sentia todos os sentimentos, sentia sua alma lavar, sentiu-se afogar. Não nessas águas, sentiu-se afogar em tristeza e solidão. Não havia como pedir socorro, não havia quem a socorresse, só havia conformação. Esqueceu-se que era humana, que podia errar e que tinha um coração. Coração que amava, coração que chorava e, agora, um coração que parava. Sentiu a morte beijar-lhe a face. Sentiu as águas em seu pulmão entrar. Sentiu todas as coisas no tempo de seu último pulsar.

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