quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O eterno apaixonado

A chuva caiu;
a rua inundou;
meu barco naufragou;
meu coração afundou.
Mas sobrevivi para vê-lo ser tragado
pela força bruta daquele ralo
que o puxou antes de eu ter notado,
deixando no peito um grande buraco.

Meu amor, que fora guardado
no fundo do coração, pra ser lembrado,
também desceu pelo ralo
e lá morreu afogado.
E a água lamacenta foi-me empurrando,
e, de cabeça, caí num poço artesiano,
onde passei a noite inteira gritando,
a fim de encontrar meu coração leviano.

Quando a esperança tinha acabado,
pude ouvir, em minha direção, passos descompassados,
correndo, pela alegria tomado,
ressuscitou meu amor e voltou ao meu lado.

Por essa desventura sou chamado
para sempre de o eterno apaixonado
que, quando teve o coração roubado,
passou a noite em brados
até, do coração, estar acompanhado.

2 comentários:

r. disse...

inundada vai ficar a minha casa .-. SAUASHSAUSAHU

Pris disse...
Este comentário foi removido pelo autor.