segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Suspiros de medo

Acordei assustada como há muito não acontecia. Suor, tremor, medo; de repente medo, medo, ondas de medo tomando conta de tudo. O medo traçava caminhos pelo meu corpo e eu conseguia senti-lo, pulsando cada vez mais forte; formava emaranhados que causavam pequenas explosões, traduzidas por um pulo do corpo sobre a cama. Senti-me fraca e impotente. Pude ver, tão de perto, a criança que sou. A mente, paralisada pelo veneno dessa cobra, apenas tremia hipotérmica.
Vi uma sombra mexendo-se. Reconheci a aranha dançando sobre a teia.
Como podia a aranha continuar tecendo sua teia enquanto o escuro avançava sobre nós ?
Desejei ser aranha para continuar tecendo a vida e enovelando qualquer vibração da teia. Subir e descer, sem medo, pelo fio, com a certeza de que o escuro na verdade é escudo e a vibração é alimento.
Mas não sou aranha.
Então, por favor, ao sair não apague a luz.

2 comentários:

r. disse...

esse eu acho engraçado, AUHSAUSHSA

r. disse...

meu medo de escuro vai e volta, é estranho...